UM OLHAR SÁBIO DO ARQUITETO ANDRÉ ROCHA SOBRE O PATRIMÓNIO DA RIBEIRA

Com a devida vénia ao seu autor, o Arquitecto André Rocha, não podia deixar de colocar aqui a fotografia que o mesmo publicou no seu blog e que faz referencia à porta lateral da igreja de S. João da Ribeira.

Não queria deixar passar esta oportunidade, para relembrar que todo aquele espaço envolvente à igreja paroquial merecia um estudo para uma possível intervenção e o arq. André Rocha deveria ser convidado para dar a sua opinião.

Agora que o edifício da Sede da Junta de Freguesia vai ser totalmente remodelado, seria útil abranger esse estudo a toda aquela área envolvente.

As grandes obras são aquelas que deixam marcas na memória das pessoas; Esperemos que se tenham os cuidados necessários para não descaracterizar aquela paisagem, que tem servido de tela para pintores e fotógrafos.

Porta

Porta lateral da igreja românica de S.João da Ribeira

UMA PEQUENA HISTÓRIA SOBRE OS AZULEJOS DA CAPELA-MOR DA IGREJA PAROQUIAL DE S.JOÃO DA RIBEIRA

A igreja Paroquial de S. João da Ribeira, apesar de ser uma construção da época romana, poucos vestígios mantém sobre esse tempo graças às várias obras de remodelação a que foi sendo sujeita.

Já no século XX, foi feita a colocação de um silhar de azulejos na capela-mor.

Sobre os azulejos colocados na referida capela, uma conversa com o Sr. João Lopes Almeida, morador em Talharezes, despertou-me a curiosidade e para alem do prazer que me proporcionou aquela tarde de conversa, com tão esclarecida pessoa, foi bastante proveitoso o trabalho de pesquisa, que daí resultou.

Assim, os azulejos aí colocados estavam no edifício da “Escola velha” e serviram de moeda de troca pelo terreno onde viria a ser instalado o edifício da nova escola da freguesia.

Disso mesmo nos dá conta a Acta da reunião de câmara do dia 29 de Dezembro de 1959;” A câmara apreciou uma carta enviada pelo pároco da freguesia a alertar para o facto de não terem sido ainda cedidos os azulejos existentes no edifício da escola para serem colocados na igreja paroquial”. “Esses azulejos foram prometidos pela presidência da Câmara em troca do terreno que fosse arranjado para instalação do novo edifício escolar”.

No decorrer dessa reunião, foi levantada a dúvida se os mesmos azulejos seriam da câmara ou do Estado, tendo sido dado poderes ao Sr. presidente para se entender com a Direcção do Distrito Escolar.

No dia 8 de Junho de 1960,a câmara tomou conhecimento do ofício enviado pela direcção do Distrito Escolar, “a informar que foi autorizada a cedência ao Revº pároco da freguesia da Ribeira, dos azulejos da escola da mesma freguesia”.

Em 14 de Junho de 1960, é enviado o oficio nº 1653, por parte da câmara ao Revº pároco, informando que:”por despacho Ministerial de 13 de Maio de 1960, foi autorizada a cedência dos azulejos existentes na escola dessa freguesia, a fim de serem colocados na capela-mor da igreja paroquial”.

Em 10 de Agosto de 1960, a câmara tomou conhecimento do ofício do Revº pároco da freguesia da Ribeira a informar que tinha retirado os azulejos, conforme a autorização superior concedida.

Desde a década de 60, que os ditos azulejos passaram a figurar na igreja paroquial.

Mais tarde, como não foi necessário colocar todos os azulejos retirados, foram oferecidos alguns exemplares ao Instituto Limiano-Museu dos terceiros.

Notas:

· O Presidente da Câmara Municipal nesta altura era o Coronel Alberto Sousa Machado.

· O Revº Pároco da freguesia era o Padre Manuel Joaquim Gomes, nascido em 21/10/1914 e falecido na freguesia de Ribeira, em 27/5/2003.

Bibliografia:

Actas das reuniões de Câmara de 29/12/1959, 8/6/1960, 10/8/1960, 29/10/1964

O DIA DA LIBERDADE EM PORTUGAL

A serenidade no rosto da Revolução.

" Foram dias foram anos a esperar por um só dia.
Alegrias. Desenganos. Foi o tempo que doía
com seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia
na esperança de um só dia."

Manuel Alegre

TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA

A VILA E O RIO

Foto de Amândio de Sousa Vieira

A vila
tranquila
¿ dorme ou suspira?
junto do Rio.

E o rio,
safira
em fio,
de volta da Vila,
delira.

A Ponte já velha de tanto relento
se mira
no fundo
do Rio sedento.

Alheia,
num esquecimento
do que é deste mundo,
nem vê que a aniquila
a areia.

É o equinócio
do Outono.
E o Rio no velho caminho vacila...
pára...rodeia,
enfim prossegue com cautela:
que não perturbe a Vila
no sono
d’ocio.

Nem vela
circula.
E o Rio areia acumula
no pensamento que o atribula
de à Vila
chegar.

Vem longe o Inverno que traz as cheias.
E o Rio infeliz
se afila
perdido de Amor, com ciúmes da Ponte.
Até lhe levou duma vez as ameias.

E a Vila, de branco, só espera o Luar
e o rouxinol de fronte.

in Ao Longo do Rio Azul, Edição de Autor, Ponte de Lima, 1949, pp. 44-45

http://br.geocities.com/viladeponte/

retirado da net

OPINIÃO DA SEMANA QUE PASSA

POSITIVO - EXPOSIÇÃO SOBRE O 25 DE ABRIL NA BIBLIOTECA DE PONTE DE LIMA
Uma bela iniciativa da Biblioteca Municipal de Ponte de Lima, ao promover uma exposição foto documental sobre o 25 de Abril.
Nota-se realmente uma nova dinâmica ao nível das iniciativas da Biblioteca, mais viradas para a população escolar, o que me parece ser uma aposta com futuro.
Sobre esta última iniciativa dedicada ao 25 de Abril, é uma aposta ganha e por isso, estão de parabéns, para alem da sua responsável, a Drª Ana Carneiro, todo o pessoal envolvido na iniciativa e estão igualmente de parabéns, os responsáveis do Município que acreditaram na capacidade desta jovem directora, com uma nova visão e um olhar diferente do mundo dos livros.
A todos que visitem esta exposição, podem estar certos que vão sair daquele local muito mais esclarecidos em relação ao que foi a "Revolução dos Cravos", podendo ainda ver algumas das implicações que a mesma teve em Ponte de Lima.

Construção da Residência Paroquial da Ribeira

No dia 10 de Abril de 1786, perante o Notário João da Cunha Pereira, de Ponte de Lima, foi feita a "Escriptura de obrigação e contrato que faz Manoel da Cruz, mestre-pedreiro, desta villa, ao reverendo Abade da Freguesia de São João da Ribeira".
Perante esta Escritura, o referido mestre-pedreiro, Manuel da Cruz, obriga-se perante o padre João Evangelista de Azevedo, Abade desta Freguesia de S. João da Ribeira, a realizar o seguintes trabalhos: " Fazer o entabolamento e frizo da fronteira e dianteyras das mesmas casas da forma seguinte…entabolamento bem escudado na forma que vão apartadas e as pedras preencherão todas as grossuras das paredes, tudo por sima e por dentro fazendo faciado e o frizo também será da mesma forma escudado e lizo e terá hum palmo de alto, fora o ressalto".
O preço foi de 75,000reis…" que toda a despeza que se fizer em cobrar a pedra e carreto será toda por conta delle outorgante-pedreiro",
A fiança apresentada, foram pessoas e bens.
Foram testemunhas: Francisco Lopes, morador em São Martinho da Gandra e José luís Velho, morador em Moreira do Lima, ambos do concelho de Ponte de Lima.

TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA

Da obra «Poemas de Amor e Dúvida», Livraria Portugália, Lisboa,1941, retiramos este poema de António Vieira Lisboa, um poeta esquecido e que Ponte de Lima, teima em deixar que esse esquecimento se vá tornando perpétuo.
Nem o poeta merece esta indiferença, nem a comunidade Limiana tem o direito de permitir este abandono a que tem sido sujeito.

A...

(neta de bandeirante)

De que país estranho és Tu que a gente treme

involuntariamente ao ver Tua figura?

De que raça provéns sem traço algum extreme?

A Tua mãe é Selva e Teu pai Aventura.

Destino horrível em teus olhos trazes...

olhos que vêem através da Selva.

Penetrantes, de tigre, e verdes como a relva

de ignoto oásis.

Seu brilho corta, assusta e quási estanca

todo o prazer que o Corpo excita em nós.

Mas – tão macia e franca –

arrasta, encanta e prende a Tua voz.

Esse contraste fere a gente em hecatombe...

E, o júbilo que sentes, mostras sem sigilo.

Mas há de Ti quem zombe,

quem Te feriu, em vez de Tu feri-lo.

De que país distante ou de que terra esconsa

és Tu, maravilhosa criatura?

Olhos de tigre, clara a pele, Corpo d’onça

a Civilização c’oa Selva se mistura.

OPINIÃO DA SEMANA QUE PASSA

POSITIVO - A oferta de material de socorro aos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, feito pela firma PREGO & FERNANDES.
O sr Manuel Prego, morador na freguesia da Ribeira, para alem de ajudar os Bombeiros, dignificou a sua terra .
À família Prego, aqui fica um voto de louvor pela atitude, digna de merecimento e reconhecimento público.

TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA - 1908 - 1968

O RIO

Duas lágrimas que escorrem pelos montes

com pena dum Inverno tão tristonho;

das mil canções das milenárias fontes

de moças encantadas por um sonho;

do eco dos perdidos horizontes

do paraíso é que se fez o Rio

a que a dor, a esperança, amor confio.

Rio que pela areia erra

antes que escolha por onde ir...

Rio que passa pela terra

sem a ferir,

Rio que faz

cismar a gente.

Rio de paz.

Rio de quem a alma sente...

Rio das íntimas ternuras...

Rio das amorosas juras...

Rio dos íntimos mistérios,

das confidências puras.

Rio em que os olhos tenho absortos.

Rio em que até depois os mortos

quedam-se a olhar dos altos cemitérios.

Da obra «Ao Longo do Rio Azul», edição de autor, Ponte de Lima, 1949 nota , a fotografia foi retirada do site http://geocities.yahoo.com.br/vieiralisboa

VALE A PENA

QUEM ÉS TU

Quem és tu que assim vens pela noite adiante,
Pisando o luar branco dos caminhos,
Sob o rumor das folhas inspiradas?

A perfeição nasce do eco dos teus passos,
E a tua presença acorda a plenitude
A que as coisas tinham sido destinadas.

A história da noite é o gesto dos teus braços,
O ardor do vento é a tua juventude,
E o teu andar é a beleza das estradas.


“Sophia de Mello Breyner”


Um poema em jeito de homenagem ao Nuno Armada, pela coragem e força de vontade que tem demonstrado possuir e que orgulha todos aqueles que são seus Amigos.
Mas também ele se dirige aos seus familiares, principalmente a Esposa, os Pais e o irmão, que nestas horas de aflição e dor, tem procurado apoiar o Nuno, transmitindo-lhe o apoio e o carinho de que precisa para poder ter forças para superar este período da sua ainda jovem vida.
Aos Amigos que tem sido muitos, os meus sinceros parabéns, porque tem demonstrado que vale a pena cultivar esses sentimentos sinceros, de Amizade e Solidariedade, que está bem expressa nas mensagens que têm sido deixadas no blog.
À população da Ribeira que não ficou indiferente ao drama desta família, os meus sinceros votos de felicidades, porque tem sabido cultivar o sentimento da união, tomando como suas as dores que esta família tem sentido.
Por isso Todos estão de parabéns!
Acredito que vale a pena viver na Ribeira!

TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA - 1908 - 1968

Duas Flores trazidas pela água

Duas flores trazidas pela água
do rio, vinham quasi a parar.
Nelas, Teus olhos vi, cheios de mágoa
que me vinham olhar.


Tão triste estava, foi-me doce
pensar, nesse momento,
que eram Teus olhos que a corrente trouxe,
para meu apaziguamento.

Essas flores cortadas pelo vento,
e azuis, Teus olhos bem podiam ser...
Tanta vez vi em pensamento
que vinham p'ra me ver.

Assim trazidas pela água,
como vieram, foram a boiar.
Mas a ilusão afago-a
que é o que resta para mim a olhar.

... ... ... ... ...

poema de António Vieira Lisboa, do Livro "Ao Longo do Rio Azul - 1949

NUNO ESTAMOS CONTIGO

Para ele...

Bem-vindos.

Este blog foi criado com a ideia de estar perto do Nuno num dos momentos mais duros da sua vida. Para todos aqueles que queiram colaborar, só tem que deixar o seu comentário nas seguintes noticias que iram ser publicadas.

Porque ele merece isto e muito mais...

Parabens a todos os amigos do Nuno que nesta hora dificil da sua vida estão a enviar mensagens de apoio, para que seja criada uma corrente humana em torno deste Ribeirense que sofreu um brutal acidente de trabalho em Espanha, vamos deixar uma mensagem de solidariedade e apoio no Blog: www.nunoestamoscontigo.blogspot.es