RIBEIRA, NOVOS HORIZONTES

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Saturday, April 12, 2008

TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA - 1908 - 1968



O RIO

Duas lágrimas que escorrem pelos montes

com pena dum Inverno tão tristonho;

das mil canções das milenárias fontes

de moças encantadas por um sonho;

do eco dos perdidos horizontes

do paraíso é que se fez o Rio

a que a dor, a esperança, amor confio.

Rio que pela areia erra

antes que escolha por onde ir...

Rio que passa pela terra

sem a ferir,

Rio que faz

cismar a gente.

Rio de paz.

Rio de quem a alma sente...

Rio das íntimas ternuras...

Rio das amorosas juras...

Rio dos íntimos mistérios,

das confidências puras.

Rio em que os olhos tenho absortos.

Rio em que até depois os mortos

quedam-se a olhar dos altos cemitérios.

Da obra «Ao Longo do Rio Azul», edição de autor, Ponte de Lima, 1949
nota , a fotografia foi retirada do site http://geocities.yahoo.com.br/vieiralisboa

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