Uma proposta bem intencionada, para uma homenagem mais do que merecida, afinal existem mais pessoas que pensam que António Vieira Lisboa é merecedor de uma justa homenagem, assim não parecem entender os membros da Junta de Freguesia da Ribeira, bem como o presidente da Assembleia de freguesia, afinal o dito de " João Serralheiro", nunca esteve tão actual, pelo menos na Ribeira, parece que se quer "dourar a prata e pratear o ouro", pois em 2005, foram entregues louvores e medalhas como se viu e a quem se sabe e agora recusa-se uma homenagem a uma das mentes mais iluminadas do seu tempo.
Em jeito de conclusão: - " Ditadores, tiranos e outros senhores, podem governar anos mas não serão eternos..."
CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA
Proposta apresentada, na Assembleia de freguesia de 28/12/2007, no decorrer da discussão das Opções do Plano e Orçamento para 2007, pelos membros eleitos pelo Grupo de Cidadãos Independentes UNIR – II António da Silva Gouveia Vieira Lisboa, apesar de não ser natural da freguesia da Ribeira, adoptou-a como sua, vivendo até aos últimos dias da sua vida na Casa da Garrida, em Crasto, nesta freguesia.O Dr. Lisboa, como era conhecido, não se limitou a viver na Ribeira, procurou contribuir, do modo que lhe era possível, para o desenvolvimento social e económico desta terra e suas gentes.Este espírito inovador e de certo modo aventureiro, fizeram com que, as propriedades agrícolas que possuía na freguesia (Quintas do Bom Sucesso e Pombal), fossem autênticos laboratórios agrícolas, onde se experimentavam, para além de novas culturas (amendoim e soja) as mais recentes inovações no que diz respeito a práticas agrícolas, tendo introduzido na freguesia a sementeira do milho à linha com recurso a um semeador de duas linhas, coisa rara na época.Em períodos difíceis, o Dr. Lisboa representava a única esperança para se conseguir trabalho.À sexta-feira, as escadas da capela da Casa da Garrida eram enxameadas por mendigos e pedintes, que esperavam a hora do meio-dia para que viesse um empregado distribuir as esmolas, que nunca recusou a quem lhe estendesse a mão.Contudo este Homem bom, possuía outra faceta, o seu lado mais íntimo, que procurava satisfazer com o recurso à poesia.O poeta António Vieira Lisboa publica a maioria dos seus livros, na década de 40, do Séc. XX.É contemporâneo de Pedro Homem de Melo, Vitorino Nemésio, Alberto Serpa, Álvaro Feijó, José Régio, Irene Lisboa entre outros.Nesta altura, os versos movem-se através de tertúlias de café, dos jornais, dos livros e das revistas que circulam, de norte a sul, por todo o país.São múltiplas as tendências e as estéticas em confronto permanente, desde o Modernismo ao Neo-Realismo.Mas, o poeta dos versos estranhos, ou dos poemas de Amor e Dúvida, afasta-se de todas essas correntes e círculos.Como refere João Gaspar Simões, no Itinerário Histórico da Poesia Portuguesa, – A poesia é uma só.Assim, António Vieira Lisboa vai construindo as suas próprias normas, procurando chegar a uma poética personalíssima:“Toda a sua Arte nasce de uma chama interior, de uma sensação de vazio, de um desconforto e insatisfação”.Procura na escrita reinventar a vida em águas mais calmas.A sua poesia é uma busca permanente do equilíbrio entre o corpo e o espírito.Nos seus versos, é quase sempre a mulher que desempenha o papel principal:A Terra é seca, é árida, é ingrata Sem teu olhar de mulher.Só a mulher à terra prende e ata Com invisível nó que o Amor sugere./Chão de Amor 1944/O poeta António Vieira Lisboa, foi o poeta das emoções, o cantor do amor e da mulher, mas foi também o cantor do Lima.Sobre ele disseram:Jaime Brasil Poetas assim, só aparecem de séculos em séculos e não chegam a contar-se pelos dedos de duas mãos.Rebelo Bettencourt Um lugar dos melhores entre os melhores poetas modernos.Raul Leal A marca incontestável dum artista.Considerando que em 2008, se comemora a passagem do I Centenário do nascimento de um dos mais ilustres, senão o maior que esta terra acolheu;Considerando que é um dever enquanto autarcas zelar pelo património da freguesia;Considerando que devemos libertar da lei da morte aqueles que nos deixaram importantes legados e contribuíram para a grandeza desta terra e das suas gentes;
Propomos:
Seja deliberado por esta assembleia assinalar condignamente esta efeméride, criando para o efeito uma comissão para realização dessas comemorações;
• Seja dirigido um convite ao Dr. José Cândido de Oliveira Martins, para presidir a essa comissão.
Ribeira, 28 de Dezembro de 2007
Os Vogais Proponentes
António Domingos da Costa Morais
Sérgio Augusto Esteves de Araújo
A proposta, apesar de apresentada e por isso tornada pública, não foi discutida uma vez que, o Sr Presidente da Assembleia de Freguesia, fazendo uma interpretação restritiva e redutora do papel daquele órgão, argumenta que os membros apenas podem votar a favor ou contra. Ora, se não podem discutir o documento e apresentar propostas de melhoria, para que serve a Assembleia de Freguesia? Assim sendo, poupa-se tempo e dinheiro: Vota-se por correspondência.
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