RIBEIRA, NOVOS HORIZONTES

Forum de opinião e debate da vida quotidiana da Ribeira

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Location: Ponte de LIma, Viana do Castelo, Portugal

Tuesday, January 29, 2008

BAÚ DE RECORDAÇÕES - UM BAPTISMO, PELO PADRE CANCELA

Aos seis dias do mês de Junho de 1859, na igreja de S. Salvador da Feitosa, neste Concelho de Ponte de Lima, era baptizado aquele que haveria de tornar-se no mais brilhante poeta e o filho mais ilustre que esta terra alguma vez viu nascer.

António Feijó, filho de José Agostinho Castro correa Feijó, natural de Sta Marinha de Rouças, Concelho de Melgaço e de Joana do Nascimento Malheiro Sampaio, natural de Ponte de Lima e moradores na rua Direita( do Pinheiro), foram padrinhos de baptismo, o Revº reitor, António Correa Feijó, reitor de Victorino das Donas e Dª Ana Cândida de Castro Parente Feijó.
Os Santos óleos foram ministrados pelo nosso conterrâneo o revº abade António José Fernandes o nosso conhecido " Padre Cancela"

IN jORNAL CARDEAL SARAIVA, 12/11/1982,
josé Rosa de Araújo - Limianas

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Sunday, January 27, 2008

Uma tarde de sábado passada no rio Lima


Uma tarde de sábado passada no rio Lima, junto à Garrida na freguesia da Ribeira, tendo por companhia o chilrear da passarada, o churrar das águas do rio, muitos ciclo-turistas que passavam na eco via e mais tarde o amigo Pires, que tentava visualizar no fundo do leito do lima alguma daquelas lampreias que tanto apreciamos e que ele bem sabe retirar do Lima.
Na verdade, ainda não consegui compreender qual a razão pela qual a gente da Ribeira, não tem dado a importância que realmente merece aquele local, que a Câmara Municipal criou e que tantos vão já procurando, mas a Ribeira, continua de costas voltadas para o rio, o que é uma pena.
Sem grande esforço e sem despesas podemos apreciar o que de melhor possuímos na freguesia e recarregamos as baterias para uma nova semana de trabalho, libertando-nos do stress que nos invade o espírito.

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Saturday, January 26, 2008

A REFORMA DO ENSINO AO NIVEL DO 1º CICLO




"Educai as crianças e não será preciso castigar os homens."
Pitágoras.
"Não lhe dês o peixe, mas ensina-o a pescar"
Gandhi.
Estas são citações que atestam a importância da educação e da aquisição de conhecimentos na promoção e valorização do ser humano.
Ponte de Lima, assumiu este principio e tem sabido dar o seguimento pretendido por este governo, na reorganização de todo o sistema de ensino deste país.
O parque escolar limiano está a mudar radicalmente, a construção de novos e modernos centros escolares é exemplo disso mesmo.
Hoje, é consensual e enevitavel o encerramento das "velhas" escolas de aldeia, com as vantagens e defeitos que as mesmas possuem e que em nada beneficiam a aprendizagem dos nossos alunos.
Está pois de parabéns o Município e o governo, que tem tido a coragem de levar a cabo esta reforma, que tantas dores tem causado a tanta gente.
Mas, na educação como na vida, o parto é sempre doloroso.
Nestes novos centros educativos, os alunos dispõe de outras condições e com esta reforma, para alem da generalização das refeições ao 1ºCiclo, do prolongamento dos horários com a introdução das aulas de enriquecimento curricular, com o apetrechamento das escolas com outros meios ao nível das novas tecnologias, os alunos e professores, dispõe de melhores condições de aprendizagem.
Mas a reforma passa também por mudanças ao nível da carreira docente e é aqui que o governo tem encontrado as maiores resistências, com os sindicatos da classe a tentarem a todo o custo manter as carreiras tal como estão.
Parece-me que tratando-se a profissão de professor de uma carreira técnica, deverá a mesma, como todas as outras de igual exigência dispor de vários níveis de progressão na mesma.
Não me parece justo, que todos possam chegar ao topo da carreira no final da mesma.
Isso não acontece em nenhuma outra, como tal os professores, não devem gozar de um regime de excepção.
Foi com esta preocupação, que o secretário de estado da educação Valter Lemos, acompanhado pela directora regional do norte e outros quadros responsáveis pela educação no distrito, esteve em Ponte de Lima ontem à noite, para de uma forma muito empenhada dar " uma aula " aos muitos professores presentes no encontro que manteve no auditório da assembleia municipal, organizado pelo PS/Ponte de Lima.
Os professores compareceram em grande número, sendo mesmo a maioria dos presentes, falta saber se saíram com vontade de colaborar com o governo nesta tarefa difícil de reformar o sistema educativo deste país.

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Friday, January 25, 2008

OPINIÃO DA SEMANA QUE PASSA


POSITIVO - A participação dos alunos do Centro Educativo da Ribeira, envolvidos pela Drª Ana Carneiro da Biblioteca de Ponte de Lima, na Exposição Lê-me um livro e eu conto-te a história", permitindo deste modo desenvolver precocemente hábitos de leitura, em crianças em idade pré escolar e do 1º ciclo.

As actividades de ar livre levadas a cabo pelos Escuteiros da Ribeira.

NEGATIVO - A incapacidade da Junta de Freguesia em elaborar, apresentar e defender projectos de investimento e obras para a freguesia, junto dos organismos municipais.

A tentativa da Junta de Freguesia de impor taxas e mais taxas, sobre os serviços que não presta devidamente no cemitério.



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Sunday, January 20, 2008

FIGURAS POPULARES DE PONTE DE LIMA



José da Rocha Lima é para mim uma das mais interessantes memórias que guardo das feiras novas.

Vivia-se o ano da Liberdade em Portugal, as noticias e as novidades surgiam em enorme turbilhão, vivia-se o verão quente de 1975; O país estava a ferro e fogo.

Penso que todos se devem lembrar da mestria com que representou naquela tarde de Setembro em dia de cortejo histórico, com a cabeça coberta por uma cartola, casaca de abas, camisa branca de fino tecido, muito bem ataviado, com um grande laço de seda ao pescoço.

Uma luva branca na mão esquerda. A outra mão segurava um bastão e outra luva.

Para completar a indumentária no bolso um relógio de prata e um óculo, bem ao gosto da época.

Para maior aparato, a caricatura fumava um enorme charuto.

Lá ia seguindo rua fora, olhando para as varandas de onde saíam vaias e grandes gargalhadas, era um verdadeiro actor, quando o cortejo parava, aí sobressaía “Zé Caraitas” a comunicar com a assistência que ria, com as criticas que ele fazia à forma como os prédios estavam construídos, bem como com as soluções apontadas para restituir a dignidade à vila e harmonizar a paisagem. Tudo isto em permanente inter - acção com os seus colaboradores que iam anotando todas estas soluções, ditadas com a autoridade e dignidade próprias da personagem o velho administrador do concelho.

O povo que assistia, tanto na rua como nas varandas, aplaudia com verdadeiro entusiasmo, estes aplausos eram a consagração para uma das mais carinhosas figuras populares limianas.

Cinco anos mais tarde, no dia 24 de Janeiro, ouviram-se chorar os sinos da matriz e os seus amigos nunca mais puderam rir com as piadas do antigo barbeiro, agora juntou-se ao “Zé Hóstias”, de quem tanto gostava de zombar.


Nota: O Zé Caraitas, viveu em Crasto na casa junto ao cruzamento do hospital-adega, no final da rua do arrabalde, ainda hoje é possivel ver a fachada da casa apesar desta se encontrar em ruinas.

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Saturday, January 19, 2008

OPINIÃO DA SEMANA QUE PASSA

POSITIVO - A apresentação do livro de João de Araújo Pimenta, pelo Dr. Salvato Trigo, com ligações a esta freguesia, nomeadamente a Universidade Fernando Pessoa, que tem o seu polo de Ponte de Lima instalado na casa da garrida em Crasto.


NEGATIVO - O trabalho desenvolvido pela Associação de Pais do Centro Educativo da Ribeira, na valorização desportiva e cultural da comunidade da Ribeira, tendo em pouco mais de 6 meses, conseguido anular toda a dinamica desportiva que tinha sido imposta pela anterior direcção na utilização do polidesportivo daquela escola.

Um epaço de excelencia como poucos neste concelho, está fechado vai-se lá saber porquê?

Foi realizado um torneio de futebol de 7 em finais do Verão, foi destruida uma baliza e ainda não foi colocada no respectivo lugar, estando os alunos daquele Centro Educativo impossibilitados de praticar futebol.
Como sempre, os culpados não são rersponsabilizados pelos seus actos, um oásis para ...

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Tuesday, January 15, 2008

BAÚ DE RECORDAÇÕES - RIBEIRA DE OUTROS TEMPOS



Contributo de Ponte de Lima para a Cavalaria Real

O concelho de Ponte de Lima, em meados do Sec XVII, tal como o resto do país, estava obrigado a contribuir para o sustento da Cavalaria Real.

Em 16 de Agosto de 1684, “ Fizeram o lançamento da palha para a cavalaria de sua Alteza Real, ficando o concelho de Ponte de Lima obrigado a contribuir com 8.000 copas de palha.”

A freguesia da Ribeira, à sua conta tinha de prestar tributo real, contribuindo com 590 copas de palha.

Nomeação para lançador da décima

Em 3 de Abril de 1784, foi nomeado para lançador da décima da esquadra de Crasto, da freguesia de S. João da Ribeira, Miguel Vaz Maciel, em substituição de André da Silva.

Nomeação para capitão da 2ª companhia de ordenanças

Em 23 de Outubro de 1766, João Marcos de Sá, foi nomeado para dirigir a 2ª Companhia de ordenanças, que compreendia as freguesias de Rendufe, Labruja, Sta Marinha, Sá e Bertiandos.

Nota: João Marcos de Sá, juntamente com Manuel Joaquim Guedes, vende a Quinta de S. José ou da Portela a António Leite de Macedo.

Pedido de licença

Em 24 de Julho de 1884, José António Rodrigues, solteiro, residente no Rio de Janeiro e natural de S. João da Ribeira, pede licença à Câmara para construir um rego de meia légua, entre o caminho da cruz e o lugar da casa nova na dita freguesia da Ribeira, sem prejuízo para o trânsito público.
Depois de ouvida a junta de paróquia, foi concedida a licença.

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Monday, January 14, 2008

BARCOS NO RIO LIMA




O Rio Lima, é um local de excepção e de encantos raros, contudo, causa-nos imensa pena ver em cada dia que passa a degradação a tomar conta deste magnifico espaço.
Todos recordamos a nossa infancia, passada no areal do rio lima, o gado a pastar nas suas margens, hoje, isso não passa de uma recordação e miragem.

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Sunday, January 13, 2008

O LARGO DA DEVESA OU DA CRUZ DE PEDRA


PALCO DE INÚMERAS LUTAS E OUTRAS TANTAS REPRESENTAÇÕES

O largo da Devesa, como todos o conhecem, hoje rebaptizado de largo da Cruz de Pedra, tem servido desde o tempo em que a memória se perde no horizonte das recordações, de palco privilegiado para muitas lutas e outras tantas representações.
A curiosidade inquietante, em encontrar uma explicação para tudo que nos rodeia, levou-nos a esta dúvida: - Como terá surgido este magnifico espaço, que tantas conversas e memórias ressuscita nas mentes deste povo de Crasto?
Procuramos essa resposta em conversas com os mais anciãos moradores do lugar, provocamos os nossos pais e avós, para que se lembrassem dos tempos da sua mocidade e assim poderíamos ter algumas explicações para as dúvidas que nos ensombram a mente.
Dessas horas passadas à conversa, foi possível realmente chegar a datas, a factos e a episódios do quotidiano, que realmente podem muito bem servir de explicação para o que se pretende.
É comum ouvir dizer-se que aquele espaço foi oferecido ao povo, com a condição de estar livre no dia das festas do Senhor da cruz de pedra.
Assim, apesar de nos ter sido apontada a data de 1863, para a realização da escritura de venda da Quinta de S. José, feita por João Marcos de Sá e Manuel Joaquim Guedes, a António Leite de Macedo, onde parece constar a oferta desse espaço ao povo do lugar, não foi possível chegar a esse documento, o que deixa tudo na mesma.
No entanto, foi possível chegar a um documento particular, onde é mencionada a venda no ano de 1905, feita por António Leite de Macedo a Manuel Gonçalves Martins, do Bico da Devesa, chamada da Cruz de Pedra, com uma área de 270m2, confrontando de nascente com José Félix Pereira, do poente com o largo e coradouro e do norte e sul com o caminho.
Segundo o testemunho oral dos moradores do lugar de Crasto, era neste local que os feirantes instalavam as suas tendas e barracas de comes e bebes em dia de romaria do senhor da cruz de pedra.
Ora como se verifica, já é feita aqui referencia ao largo.
De salientar, que nesta data já o referido largo servia de palco para as representações do Auto dos Turcos de Crasto-turquia, sendo célebre o episódio ocorrido com Alfredo Mancio, que se lembrou de gracejar no seu jornal “ O Phantasma”, com a ingenuidade popular.
A caricatura aparecida foi efectivamente pesada, ofendeu os figurantes do velhíssimo auto-homens e rapazes de S.João da Ribeira, descendentes de outros que transmitiam de pais para filhos, oralmente, os respectivos papeis.
Em 22 de Outubro de 1907, António Leite de Macedo e mulher, Rosa Januária Pereira Leite de Macedo, vendem a António José d’Araújo a Quinta de S. José ou da Portela e uma Devesa fora da quinta, no mesmo lugar de Crasto ou cruz de Pedra.
É ainda feita referencia que esta devesa, por se achar aberta poderá ser tapada da parede desde a esquina do nascente da casa de Júlio Pereira Pinto em direcção à estrada real e o restante terreno é logradouro da Irmandade do senhor da Cruz de pedra, na forma de uso e costume antigo, pertencendo o roço à mesma devesa, na qual o comprador e na sua falta a irmandade podem plantar arvores para sombra, actualmente esta devesa só tem roço e confronta de nascente, Manuel Gonçalves Martins, poente, Quinta de S. José ou da Portela, norte, Júlio Pereira Pinto e do sul com estrada real, foi comprada ao mesmo João Marcos de Sá e tem o valor de 50 mil reis
Durante o ano de 1930, o referido bico da devesa, é vendido por José Ferreiro, a Constantino Redondo, não sendo feita a respectiva escritura de venda devido à menoridade do filho Diamantino Franco Martins.
Chegado o ano de 1935 e atingindo o Diamantino Franco Martins a maioridade, foi feita a confirmação da venda, fazendo-se constar dele, que recebeu do Constantino 500$00, preço porque lhe vendeu o referido bico de terreno.
O largo e coradouro era ocupado por velhos carvalhos, os existentes no coradouro foram cortados pelo Manuel Gonçalves Martins e os restantes foram derrubados por um ciclone que se abateu sobre o local fazendo lembrar os destroços da guerra mundial, que mergulhou a Europa na mais profunda crise e miséria.
Na década de 40, foram plantados no largo os plátanos que ainda hoje aí se encontram, segundo testemunhos de moradores do lugar de Crasto, essas árvores foram adquiridas na cidade do porto pela Câmara Municipal de Ponte de Lima, através dos préstimos do sr. “Mikipi” e foram plantadas pelo Sr., João Redondo.
Na mesma altura foram plantadas os plátanos que se encontram no engenho da Veiga de Crasto, com os pés que sobraram do largo da devesa.
Nesta mesma altura foram colocados no largo uns bancos em ferro e madeira, que eram utilizados pelos moradores para aí passarem horas a fio em conversas de fim-de-semana, serviram os mesmos para Abeilard Morais e seus colaboradores decidirem ressuscitar as representações da Turquia em 1952.
Em 1952, é feita a escritura de venda do bico da devesa. Contendo a mesma alguns vícios, que vão originar um processo judicial em que foram autores a Junta de Freguesia e réus Constantino Redondo e mulher Emília Pereira.
No dia 1 de Abril de 1960, perante o Mmº Juiz Dr. Belarmino de Melo da Costa Cerqueira, os Dr. Libório Simões de Araújo, na qualidade de advogado da Junta de Freguesia da Ribeira, o Dr. Alcides Pereira, na qualidade de advogado dos réus Constantino Redondo e mulher, chegam a um acordo pondo fim à acção, ficando os réus com o terreno que fica junto à sua casa nos termos descritos no referido documento, reconhecendo o domínio e posse do restante terreno à Junta de Freguesia.
Apesar de todas estas questões e lutas pela posse do largo ou parte dele, o então “ Padre João da Ritinha”, volta a representar o Auto da Turquia, para alegria dos moradores de Crasto e interessados pelas coisas da cultura popular, como era o caso do maestro António Pedro, Conde D´Aurora, Leandro Quintas Neves, entre muitos outros que nesse dia chuvoso se deslocaram até ao terreiro para verem “ uma Truquia pr’a gente se advertir”, pois foi desta forma que alguns populares responderam, quando lhes foi perguntado onde era o teatro.
È após esta representação que surge o diferendo entre o padre João Rodrigues de Sousa e António Pedro, com troca de mimos e argumentos nos jornais Cardeal Saraiva e Jornal Diário Popular de 10 de Outubro de 1965, ao publicar na sua coluna semanal intitulada “Quinta sem Muros”, uma crónica intitulada”Quando a Turquia deixa de ser o nome de um pais”.

excerto do texto original - continua

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Saturday, January 12, 2008

OPINIÃO DA SEMANA QUE PASSA

POSITIVO - A actividade desenvolvida pelos membros da oposição na Assembleia de Freguesia de Ribeira - UNIR II, que tem no seu blog dado a conhecer as várias iniciativas que tem vindo a desenvolver naquele órgão, bem como o estado em que se encontra a maioria dos caminhos existentes na Ribeira.

NEGATIVO - O recente falecimento de Prof. Leandro Nascimento Pereira, um homem que ensinou durante muitos anos as primeiras letras a tantos alunos da antiga escola primária da freguesia.

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Tuesday, January 8, 2008

ANTONIO DA SILVA GOUVEIA VIEIRA LISBOA - um poeta esquecido

Uma proposta bem intencionada, para uma homenagem mais do que merecida, afinal existem mais pessoas que pensam que António Vieira Lisboa é merecedor de uma justa homenagem, assim não parecem entender os membros da Junta de Freguesia da Ribeira, bem como o presidente da Assembleia de freguesia, afinal o dito de " João Serralheiro", nunca esteve tão actual, pelo menos na Ribeira, parece que se quer "dourar a prata e pratear o ouro", pois em 2005, foram entregues louvores e medalhas como se viu e a quem se sabe e agora recusa-se uma homenagem a uma das mentes mais iluminadas do seu tempo.
Em jeito de conclusão: - " Ditadores, tiranos e outros senhores, podem governar anos mas não serão eternos..."
CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA

Proposta apresentada, na Assembleia de freguesia de 28/12/2007, no decorrer da discussão das Opções do Plano e Orçamento para 2007, pelos membros eleitos pelo Grupo de Cidadãos Independentes UNIR – II António da Silva Gouveia Vieira Lisboa, apesar de não ser natural da freguesia da Ribeira, adoptou-a como sua, vivendo até aos últimos dias da sua vida na Casa da Garrida, em Crasto, nesta freguesia.O Dr. Lisboa, como era conhecido, não se limitou a viver na Ribeira, procurou contribuir, do modo que lhe era possível, para o desenvolvimento social e económico desta terra e suas gentes.Este espírito inovador e de certo modo aventureiro, fizeram com que, as propriedades agrícolas que possuía na freguesia (Quintas do Bom Sucesso e Pombal), fossem autênticos laboratórios agrícolas, onde se experimentavam, para além de novas culturas (amendoim e soja) as mais recentes inovações no que diz respeito a práticas agrícolas, tendo introduzido na freguesia a sementeira do milho à linha com recurso a um semeador de duas linhas, coisa rara na época.Em períodos difíceis, o Dr. Lisboa representava a única esperança para se conseguir trabalho.À sexta-feira, as escadas da capela da Casa da Garrida eram enxameadas por mendigos e pedintes, que esperavam a hora do meio-dia para que viesse um empregado distribuir as esmolas, que nunca recusou a quem lhe estendesse a mão.Contudo este Homem bom, possuía outra faceta, o seu lado mais íntimo, que procurava satisfazer com o recurso à poesia.O poeta António Vieira Lisboa publica a maioria dos seus livros, na década de 40, do Séc. XX.É contemporâneo de Pedro Homem de Melo, Vitorino Nemésio, Alberto Serpa, Álvaro Feijó, José Régio, Irene Lisboa entre outros.Nesta altura, os versos movem-se através de tertúlias de café, dos jornais, dos livros e das revistas que circulam, de norte a sul, por todo o país.São múltiplas as tendências e as estéticas em confronto permanente, desde o Modernismo ao Neo-Realismo.Mas, o poeta dos versos estranhos, ou dos poemas de Amor e Dúvida, afasta-se de todas essas correntes e círculos.Como refere João Gaspar Simões, no Itinerário Histórico da Poesia Portuguesa, – A poesia é uma só.Assim, António Vieira Lisboa vai construindo as suas próprias normas, procurando chegar a uma poética personalíssima:“Toda a sua Arte nasce de uma chama interior, de uma sensação de vazio, de um desconforto e insatisfação”.Procura na escrita reinventar a vida em águas mais calmas.A sua poesia é uma busca permanente do equilíbrio entre o corpo e o espírito.Nos seus versos, é quase sempre a mulher que desempenha o papel principal:A Terra é seca, é árida, é ingrata Sem teu olhar de mulher.Só a mulher à terra prende e ata Com invisível nó que o Amor sugere./Chão de Amor 1944/O poeta António Vieira Lisboa, foi o poeta das emoções, o cantor do amor e da mulher, mas foi também o cantor do Lima.Sobre ele disseram:Jaime Brasil Poetas assim, só aparecem de séculos em séculos e não chegam a contar-se pelos dedos de duas mãos.Rebelo Bettencourt Um lugar dos melhores entre os melhores poetas modernos.Raul Leal A marca incontestável dum artista.Considerando que em 2008, se comemora a passagem do I Centenário do nascimento de um dos mais ilustres, senão o maior que esta terra acolheu;Considerando que é um dever enquanto autarcas zelar pelo património da freguesia;Considerando que devemos libertar da lei da morte aqueles que nos deixaram importantes legados e contribuíram para a grandeza desta terra e das suas gentes;
Propomos:
Seja deliberado por esta assembleia assinalar condignamente esta efeméride, criando para o efeito uma comissão para realização dessas comemorações;
• Seja dirigido um convite ao Dr. José Cândido de Oliveira Martins, para presidir a essa comissão.
Ribeira, 28 de Dezembro de 2007
Os Vogais Proponentes
António Domingos da Costa Morais
Sérgio Augusto Esteves de Araújo
A proposta, apesar de apresentada e por isso tornada pública, não foi discutida uma vez que, o Sr Presidente da Assembleia de Freguesia, fazendo uma interpretação restritiva e redutora do papel daquele órgão, argumenta que os membros apenas podem votar a favor ou contra. Ora, se não podem discutir o documento e apresentar propostas de melhoria, para que serve a Assembleia de Freguesia? Assim sendo, poupa-se tempo e dinheiro: Vota-se por correspondência.
Proposta retirada do blog
UNIRII.BLOGSPOT.COM

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Monday, January 7, 2008

FIGURAS POPULARES DA RIBEIRA

S. Gonçalo barbeiro “Filho”


Gonçalo António Pereira dos Santos

O S. Gonçalo, como todos o chamavam era o homem das seis profissões.
Na verdade exercia todas elas, embora a sua especialidade fosse enfermagem.
Ele era enfermeiro, muito prestável e dedicado dava as vacinas ás crianças da escola que procurava cativar com um certo ar maroto que possuía, ainda na área da saúde, exerceu também a arte de dentista, percorrendo as freguesias do Concelho na sua velha bicicleta que estava já preparada com uma caixinha onde se fazia transportar das ferramentas de que necessitava para executar a tarefa, alicates, pinças, aspirinas…sempre que requisitado lá ia executando os serviços, sempre gratuitos, quando muito regadas com uma boa tigela de verde tinto, uma fatia de presunto ou umas rodelas de chouriça, sempre acompanhadas com umas chalaças…
Quando regressava dessas viagens em serviço pelo concelho e lhe perguntavam pela distância percorrida, a resposta era dada sempre em dobro;
Outras vezes, quando lhe perguntavam quem eram os médicos de serviço no hospital, respondia prontamente: - Eu e o meu Colega Carmo (Dr.)
Era um homem muito voluntarioso, faceta que herdou do seu pai.
Nos bombeiros, o toque da sirene, fazia-o deixar tudo correndo para o quartel, os filhos ainda hoje, recordam uma vez que estava de cama e ouviu a sirene; A sua Custódia, bem tentou fechar portas e janelas mas de nada valeu, porque ele, num pulo saltou da cama e “lá foi feito maluco” nas cerimónias, o seu orgulho era desfilar com o peito coberto de medalhas; mas também não perdia uma procissão, era vê-lo na Cruz de pedra, Senhor da Saúde, Feiras Novas e muitas festas deste concelho, fazendo de mestre-de-cerimónias e homem do fumo.
Também exerceu o ofício que aprendeu com o seu pai, barbeiro, que exercia sem local fixo, tanto na vila como nos arredores, também chegou a fazer as ornamentações das festas do senhor da cruz de pedra.
Acabou a sua jornada na vila onde nasceu, repousando agora no cemitério de Ponte de Lima, ao lado de muitos outros amigos, para onde foi levado por aqueles a quem sempre dedicou tudo o que tinha, os seus queridos camaradas dos bombeiros voluntários de Ponte de Lima.


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