RIBEIRA, NOVOS HORIZONTES

Forum de opinião e debate da vida quotidiana da Ribeira

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Location: Ponte de LIma, Viana do Castelo, Portugal

Tuesday, July 31, 2007

AS INTERMITÊNCIAS DO AUTO DOS TURCOS DE CRASTO - TURQUIA (2)

Decorria o ano de 1965, quando os habitantes de Crasto-Ribeira, entusiasmados pelo seu conterrâneo, então padre João Rodrigues de Sousa, resolveram meter mãos à obra, para levarem à cena mais uma vez a sua Turquia.
Os ensaios decorreram dentro do previsto, a publicidade foi feita como de costume, com as cavalhadas e os panfletos que o padre João Sousa tinha ele próprio conseguido imprimir.
Tinha chegado o dia da representação, nesse dia deslocou-se à “Turquia” o critico de arte teatral António Pedro, com o intuito de assistir à representação desse ano, como não conhecia bem o lugar, ao chegar a Crasto e vendo um grupo de pessoas, que se amontoavam em frente à capelinha do Senhor da Cruz de pedra, concluiu que deveria estar perto do teatro. Dirigindo-se ás mesmas perguntou: -“ podem dizer-me onde é o teatro?”
Num acto expontaneo logo um desses populares lhe responde que não é teatro nenhum!” isto é uma Truquia p’rá gente s’adevertir”.
Lá se acomodou, junto de outros destacados estudiosos da etnografia e das artes populares, tais como Leandro Quintas Neves, responsável pelo reaparecimento do auto de Floripes nas neves, de onde era natural.
Contudo, na crónica semanal intitulada “Quinta sem Muros”, do Jornal Diário Popular de 10 de Outubro de 1965, publicou uma crónica intitulada”Quando a Turquia deixa de ser o nome de um pais” onde dizia: Na aldeiazinha de Crasto, onde não vi castelo que lhe justificasse o nome, deu-se no dia 26 do mês passado, um acontecimento pitoresco…a tal acontecimento, chamei eu ao chegar por engano… teatro.
Era e não era…embora não andassem lavrando…esta história de lavradores que se divertem em terreiro vestidos de moiros e de cristãos…
Ora, estas afirmações causaram bastante revolta e desagrado ao principal responsável pela representação até, porque António Pedro era merecedor de uma reputação que não fazia prever este tipo de considerações pelos conterrâneos do padre João de Sousa.
Como “quem não se sente não é filho de boa gente”, a resposta não tardou e no Jornal Cardeal Saraiva de 19 de Novembro de 1965, o então padre João Rodrigues de Sousa, respondeu à letra ao mestre, procurando ilucidá-lo como se de uma aula se tratasse, pondo a nu alguma ligeireza de conhecimentos que o mestre António Pedro evidenciou.
Contudo, a Turquia após este episódio, só voltou a ser representada na década de 80, novamente pela mão do mesmo mas agora Dr. João Sousa, apoiado por outros conterrâneos entre os quais Vítor Redondo, António Redondo, Aurora Martins, que foi responsável pela confecção do guarda-roupa e muitos outros anónimos que se empenharam em manter viva esta tradição da sua terra.

Sunday, July 29, 2007

AS INTERMITÊNCIAS DO AUTO DOS TURCOS DE CRASTO-TURQUIA (1)


Decorridos, 95 anos da primeira representação desde que há memória dos “ Turcos de Crasto ” como estamos em Agosto e este ano não vai haver representação, parece-me oportuno recordar dois episódios bastante elucidativos das intermitências de que sempre viveu esta tradição.

Ainda o século xx era uma criança, quando Alfredo Mâncio, um ilustre caricaturista limiano, teve a ideia de gracejar no seu jornal “ O PHANTASMA”, com a ingenuidade e empenho dos populares de Crasto-Ribeira.
Conforme nos descreve José Rosa Araújo, no Cardeal Saraiva de 16 de Outubro de 1970,” a caricatura foi efectivamente pesada!”, ofendeu os figurantes do velhíssimo auto, que vinham mantendo essa tradição que era legada oralmente pelos seus ascendentes e que estes se empenhavam em perpetuar ensinando aos seus filhos a arte, o empenho e a desenvoltura em bem representar de modo a causar boa figura no dia da festa.
Para alem das caricaturas, cujos traços se mostravam bastante ofensivos, também a prosa de autentica galhofa causou profundo mal-estar, dizendo:
Os turcos da Cruz de pedra, este ano deveras admiráveis!...Nos recontros das três pancadinhas, foram soberbos!...Com seus alfonges…tampas de latrina, revelaram por vezes coragem extrema…”
Não bastassem as referências às tampas de latrina, que ingenuamente a necessidade da época impôs aos actores, que as usaram substituindo os escudos necessários para os combates;
Mas a caricatura do Boalhoso, que representou nesse ano o rei cristão, mostrou-se flagrantíssimo com o original.
Como era usual nesse tempo, os homens de Crasto-Ribeira, procuraram aplicar ao abusado jornalista, o correctivo que segundo o seu critério seria o mais adequado para os abusos, atendendo à gravidade das ofensas, Alfredo Mâncio, foi contemplado com um bom par de vergalhadas e algumas fricções lombares, que no dizer de Camilo, constituía o melhor refrigério para ânimos exaltados.
Após este episódio o auto esteve muitos anos sem alegrar a romaria do Senhor da Cruz de Pedra.

Saturday, July 21, 2007

A VERDADEIRA POLITICA DE AMBIENTE DA JUNTA DE FREGUESIA

É triste e desolador o estado em que se encontra a freguesia da Ribeira.
Os caminhos, não são limpos , o mato e as ervas vão invadindo o espaço que deveria ser utilizado pelas pessoas; Em certos locais parecem tuneis criados pelos carros que ao passarem, não permitem que as silvas caiam para os mesmos.
A fonte dos Alfanados que em tempos, foi um dos locais de enamoramento de muitos dos moradores do lugar de Crasto, está hoje ocupada por mato e ervas, não sendo posssivel o acesso à mesma.
No largo da Cruz de Pedra, apesar das obras e das respectivas placas de inauguração, não houve a preocupação de instalar àgua nos canteiros e caixotes para recolher o lixo, os candeeiros de iluminação tem sido destruidos um a um.
Os contentores do lixo, estão imundos, fedorentos e cheios, sem que se faça nada no sentido de resolver esta situação agravada com a chegada do calor.
A ribeira, não apresenta um bom cartão de visita a quem aqui se desloca ou por ela passa.
A junta de freguesia demitiu-se da sua competencia e das suas responsabilidades, esperando que o tempo passe sem que as pessoas reclamem.
É tempo de agir !

Friday, July 20, 2007

VERGONHOSO E TRISTE !

Na verdade não consigo encontrar outro qualquer adjectivo que me permita classificar o artigo publicado no jornal Alto Minho desta semana, da responsabilidade da Direcção da Associação de Pais do Centro Educativo da Ribeira.
Tratando-se da sua primeira iniciativa vinda a público, parece-me que ficou bem claro a “azia” e o mal-estar que se vive dentro do grupo.
O que se esperava seria a indicação do rumo que esta Associação vai tomar, mas pelo contrário, em vez de apontar o caminho a direcção preferiu olhar para trás, o que já começa a ser costume na Ribeira.
A freguesia, não consegue unir-se, as divisões são mais do que evidentes e o resultado está à vista de todos.
O atraso em relação a outras freguesias suas vizinhas é cada vez mais notório e o pior é que as pessoas nada fazem para que essa tendência se altere.
Fiquei triste, porque conheço as pessoas e todas me merecem respeito, sei o empenho que os anteriores directores da Associação de Pais colocaram ao serviço da mesma; Sei que todos eles se dedicaram de corpo e alma à causa que defendiam, muitas vezes boicotados e torpedeados pelos interesses instalados dentro da escola, mas, vergo-me perante eles, ao tomar conhecimento de que apesar de todas essas dificuldades ainda ofereceram à escola muitos Euros de material, quer sob a forma de livros para a biblioteca, computadores, material áudio – visual e desportivo, para que os meninos da Ribeira, Gemieira, Boalhosa e Serdedelo, possam desfrutar no futuro de melhores condições de aprendizagem.
No tempo em que todos andamos na escola, a Ribeira não tinha aquecimento, os livros eram um luxo a que só alguns podiam aceder e não havia quem fizesse ofertas à escola, os pais eram tratados como se fossem estranhos, enfim felizmente que hoje tudo é diferente, esperemos que não voltem esses tempos.
Estas pessoas deveriam ser reconhecidas e não humilhadas como esta direcção o tenta fazer!
Estou certo de que o tempo lhes dará razão como o fez outras vezes e espero que os novos directores possam realmente mostrar a diferença e provar a sua superioridade deixando à escola, no final do seu mandato, um valor muito superior e um trabalho muito mais vasto, pois só assim se conseguirá vencer o atraso estrutural existente no interior desta comunidade Ribeirense.
É tempo de olhar para o futuro!
Deixemos este preconceito e esta mania de estar sempre a olhar para trás e a criticar os outros sem mostrar serviço ou apresentar soluções para os problemas.

Saturday, July 14, 2007

OFERTA DE LIVROS À BIBLIOTECA DO CENTRO EDUCATIVO DA RIBEIRA

No último número do jornal Alto Minho, deparei com uma notícia onde se dizia que a Asociação de Pais da Ribeira, tinha feito uma oferta de livros e material desportivo ao CER.
Quero aqui, deixar o meu reconhecimento a esta iniciativa, pois o investimento na cultura e educação das crianças é uma forma de enriquecimento cultural das gentes da freguesia; Sei que tambem o município fez um forte investimento naquela escola e na biblioteca em particular, outros deveriam olhar para estas iniciativas e seguir-lhes o exemplo.
A Ribeira precisa de ter mais ambição e tornar-se mais renvindicativa, mais exigente para com o poder e os Ribeirenses devem procurar ser mais pro-activos e criar iniciativas como esta capazes de desenvolver o conhecimento e os hábitos de leitura dos seus habitantes.
A Ribeira,sempre esteve na vanguarda de iniciativas de carácter cultural, ultimamente, tem estado esquecidas, não sei se por distração se por vontade de alguem, que ainda pensa que quanto maior for a ignorancia maior é a sua inteligência.
Em terra de cegos quem tem um olho é rei!
Mas acho que mais vale ter um Rei cego, do que Zarolho.

Saturday, July 7, 2007

FESTA DO S. SACRAMENTO


Decorre este fim de semana as festividades em honra do S.Saramento ne nossa freguesia, para alem das cerimónias religiosas, está previsto um programa cultural que contará com a actuação do grupo Costa Rica, hoje sábado e com a Banda de Música de S. Martinho da Gandara, amanhã domingo, bem como a fanfarra dos Escuteiros da mesma freguesia.
A todos os que se empenharam na realização desta festa os meus parabéns e desejo que todos que se desloquem à nossa freguesia se possam divertir com esta iniciativa.