AS INTERMITÊNCIAS DO AUTO DOS TURCOS DE CRASTO-TURQUIA (1)
Decorridos, 95 anos da primeira representação desde que há memória dos “ Turcos de Crasto ” como estamos em Agosto e
Conforme nos descreve José Rosa Araújo, no Cardeal Saraiva de 16 de Outubro de 1970,” a caricatura foi efectivamente pesada!”, ofendeu os figurantes do velhíssimo auto, que vinham mantendo essa tradição que era legada oralmente pelos seus ascendentes e que estes se empenhavam em perpetuar ensinando aos seus filhos a arte, o empenho e a desenvoltura em bem representar de modo a causar boa figura no dia da festa.
Para alem das caricaturas, cujos traços se mostravam bastante ofensivos, também a prosa de autentica galhofa causou profundo mal-estar, dizendo:
“ Os turcos da Cruz de pedra, este ano deveras admiráveis!...Nos recontros das três pancadinhas, foram soberbos!...Com seus alfonges…tampas de latrina, revelaram por vezes coragem extrema…”
Não bastassem as referências às tampas de latrina, que ingenuamente a necessidade da época impôs aos actores, que as usaram substituindo os escudos necessários para os combates;
Mas a caricatura do Boalhoso, que representou nesse ano o rei cristão, mostrou-se flagrantíssimo com o original.
Como era usual nesse tempo, os homens de Crasto-Ribeira, procuraram aplicar ao abusado jornalista, o correctivo que segundo o seu critério seria o mais adequado para os abusos, atendendo à gravidade das ofensas, Alfredo Mâncio, foi contemplado com um bom par de vergalhadas e algumas fricções lombares, que no dizer de Camilo, constituía o melhor refrigério para ânimos exaltados.
Após este episódio o auto esteve muitos anos sem alegrar a romaria do Senhor da Cruz de Pedra.
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