O DIA EM QUE MORREU O POETA VIEIRA LISBOA
Precisamente no dia em que passam 40 anos após a morte do poeta António Vieira Lisboa, " o poeta esquecido", deixo-vos um poema em que ele se referia à sua morte.
Na verdade o poeta morreu ainda novo, ao fim da tarde do dia 13 de Junho de 1968.
Ponte de Lima, nesse dia via partir para o Olimpo, uma das mais belas vozes que tão bem souberam cantar o seu Amor à mulher e ao Lima.
A voz do poeta dos Versos Estranhos, não encontrou ainda nesta terra o eco da sua paixão pela beleza do rio e das suas gentes, bem como ainda não lhe foi reconhecido devidamente o mérito.
Estou certo que não tardará a devida homenagem, bem como a reedição das suas poesias.
Se eu morresse amanhã
Se eu morresse amanhã
diria em minha Aldeia todo o povo:
«Uma pessoa assim tão sã
que pena!... Moço tão novo!»
E a boa gente em triste compostura
iria em passo lento e tom funério
Acompanhar-me à sepultura
do velho Cemitério
E o meu vizinho, filho d’Algo e perro
porque faz pó o meu buick lesto
de fraque preto iria ao meu enterro
cheio de si e do seu gesto.
E Aquela que a sorrir me dilacera
e torna a minha Vida quási vã
tinha remorsos do que me fizera
se eu morresse amanhã.
Mas eu morro de velho e à passagem
que todos digam em voz alta:
Feliz viagem.
Já não fazia falta.
Do livro: poemas de Amor e Dúvida, livraria Portugália, Lisboa 1941
Labels: Personalidades da Ribeira, ribeira, rIBEIRA - HISTÓRIA
2 Comments:
Caro Sr. Monteiro,
Desculpe fugir ao conteúdo deste seu post.
Pergunto apenas, se já tem as informações, que me disse ter sobre os "Pereira Viana" bem como a Casa/Quinta do Grilo?
Uma vez mais, os meus melhores cumprimentos
Luís Carneiro Nunes
Caro Sr. luis C. Nunes
Peço-le imensa desculpa por ainda não lhe enviar as informações que lhe prometi; Na verdade ainda não tive tempo de me deslocar ao ao Arquivo municipal para fotocopiar esse documento.
brevemente terei o prazer em dar-lhe es informações pedidas.
Mais uma vez as minhas sinceras desculpas pelo atraso.
Monteiro
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