CASAS E FAMILIAS ILUSTRES DA RIBEIRA
2 - O ASSALTO E ROUBO DA CASA DA GARRIDA
O roubo e assalto de que foi alvo o Marechal Mello da Gama, na sua casa da Garrida, no termo da freguesia da Ribeira, foram um dos maiores mistérios jamais vistos em Ponte de Lima e tratou-se de um segredo nunca revelado.
Se José Rosa Araújo, ainda alimentava a esperança de um dia o mistério poder ser desvendado, nos dias de hoje, parece-me praticamente impossível ir alem do ruído que se sentiu na época.
Mesmo assim, acho relevante deixar aqui algumas notas sobre esse assunto, dada a importância que aquela casa e suas gentes representaram para esta freguesia.
Depois de se reformar da carreira militar, que desempenhou no ultramar, o marechal Mello da Gama, já com avançada idade, mas com enorme robustez física e forte estatura moral veio viver para Ponte de Lima, tendo-se instalado na sua casa do arrabalde, que lhe foi deixada após a morte de seu irmão.
O Marechal, chegou a Ponte de Lima, vindo da Índia, onde exerceu o cargo de Governador de Diu, com ele vieram seu único filho, Tenente-coronel, que vinha preso por se ter envolvido numa revolta contra o governo de seu pai, um neto, duas netas e um criado preto, de seu nome Francisco Andrade, que se destacava nos bailaricos e tascas da vila, ao que parece morreu afogado no Rio Lima, já depois do desaparecimento do velho Marechal.
O recheio da casa era de tal modo valioso, que causava espanto a todos quantos lá entravam, estando as portas sempre abertas e a casa acolhia todos que a ela recorressem.
“ Os pacotes de libras esterlinas eram aos montes; os objectos preciosos carregavam um carro; as sedas e mais tecidos indianos faziam a fortuna de uma família; enfim, não havia pelas redondezas quem se avantajasse em fortuna ao Marechal Francisco Mello da Gama” (1)
Toda esta riqueza, granjeada nas Américas e por terras da Índia, faziam atiçar a cobiça e a inveja a qualquer alma, que desgraçadamente não tivera igual sorte.
O assalto foi cuidadosamente planeado e terá acontecido do seguinte modo:
Dias antes do assalto, os bandidos procuraram arregimentar a pretextos diversos, vários solípedes e outras tantas cavalgaduras, que muniram de alforges para poderem transportar o pecúlio.
Na noite anterior ao assalto, deflagrou um enorme incêndio, na rua de S.José, bem no centro de Ponte de Lima, onde toda a vizinhança acudiu.
Já na madrugada, do dia do assalto, os bandidos contaram com o apoio de uma criada da casa, que lhes franqueou as portas da capela, por onde entrou uma boa parte da Quadrilha, enquanto outro grupo, procurava atrair a atenção dos donos da casa e seus criados que galhardamente procuravam defender os bens, para as traseiras da casa que davam acesso para o quintal, os ladrões entraram no solar, com a cara tapada por capuz, só com a abertura para os olhos.
Surpreendido, e sem capacidade para resistir, o velho marechal rendeu-se, tendo os larápios feito uma verdadeira limpeza de todo o recheio da casa.
No meio de toda aquela confusão, um dos assaltantes deixou para trás um gorro de estudante de Coimbra.
A criada que estava de conluio fugiu no final do assalto, juntamente com a quadrilha, havendo notícias de que acabou os seus dias em perfeita miséria, para os lados de Braga.
Contava-se ainda, que um dos burros carregado com parte da prata existente na Casa da Garrida, por falta de tangedor e no meio daquela balbúrdia, regressou à corte de onde teria saído, numa das freguesias da redondeza, levando consigo tão importante e valiosa carga.
O dono, que o tinha emprestado sem saber o fim a que se destinava, ao ver tão importante pecúlio, bem o guardou e bastante satisfeito ficou, negando mais tarde, quando lhe foram pedir, ser possuidor dessa mercadoria.
Ao que tudo parece, ainda hoje essas pratas estão guardadas em segredo, numa casa de lavradores da região.
Toda a prataria da casa tinha a marca “ Garrida”, pelo que facilmente se saberia o seu paradeiro, logo que a mesma deixasse o fundo das arcas onde durante anos se manteve escondida.
Mais tarde alguns desses objectos roubados, foram vistos em vários locais por ocasião de cerimónias importantes.
Assim aconteceu, numa exposição, na igreja da Misericórdia de Viana por ocasião da Semana Santa, onde foram mostradas algumas peças de prata, com a referida chancela.
Por outra altura, já nos anos 50/60, um representante directo da família, foi convidado para tomar chã, numa casa abastada da vila, sendo o mesmo servido com colheres da marca “Garrida”.
Apesar do serviço ter sido distinto, o liquido sabia-lhe a fel.
As senhoras da casa, preocupadas com o requinte do serviço, não se aperceberam da tamanha gaff, que tinham cometido.
Quanto aos autores de tal assalto, para alem da criada, nunca se descobriu quem teriam sido, apesar de se apontarem vários nomes.
Segundo Rosa Araújo, um dos que mais sabia desse assalto e membros da quadrilha era o então padre de Refoios do Lima, Pe. José Maria de Araújo Calheiros, que em conversa lhe terá dito que o chefe dos assaltantes estava sepultado no adro da igreja paroquial, junto ao cipreste que lá existia.
Outro nome apontado como implicado nesse assalto era um tal “Alexandre”, comerciante na rua do Pinheiro.
Sobre este individuo, que usava sempre uma luva na mão direita, figura misteriosa e pouco dada a esclarecimentos sobre o uso contínuo dessa luva, suspeitando-se que teria sido ferido nesse assalto, por um tiro desferido pelo marechal ou um dos seus criados.
Mal correu a notícia da sua morte, uma descendente “dos da Garrida”, acompanhada por um amigo, movidos pela curiosidade, lá subiram a rua do pinheiro, para velar o defunto.
Logo que chegaram ao local, subiram as escadas e depararam com o tal “Alexandre” estendido no caixão de mãos cruzadas sobre o peito, de luvas calçadas.
Era velado apenas por uma pessoa e aproveitando a distracção da mesma, o amigo T. V. aproximou-se do defunto e ao pressionar as costas da mão pode verificar que a mesma tinha uma cavidade, sinal de que algo realmente se passava com aquela mão!
Muito se narrou sobre o acontecimento, muita tinta correu sobre o assunto, muitas confissões se devem ter feito perante o desespero da hora de finados, muitos segredos se guardaram e jamais se saberá quem foram os verdadeiros ladrões e seus cúmplices.
Quanto ao marechal Mello da Gama, retirou-se para a sua quinta em S.João da Ribeira, onde sofreu outras tentativas de assalto, que não foram consumadas e aí terminou os seus dias, cumprindo um penoso e difícil fim de vida, consumido pelo desgosto e pela cegueira que lhe haveria de limitar os movimentos, já no final da sua vida.
Valeu-lhe o seu criado preto que lhe foi leal e dedicado até ao último dia.
E assim se guarda ao longo de tanto tempo aquele que deve ser o maior segredo alguma vez guardado por estas terras.
Bibliografia:
Miguel de Lemos citado in Araújo, 1993:nº6
Almanaque de Ponte de Lima
Limiana, J.R.A. limici
Património Imaterial de Ponte de Lima, 196
O roubo e assalto de que foi alvo o Marechal Mello da Gama, na sua casa da Garrida, no termo da freguesia da Ribeira, foram um dos maiores mistérios jamais vistos em Ponte de Lima e tratou-se de um segredo nunca revelado.
Se José Rosa Araújo, ainda alimentava a esperança de um dia o mistério poder ser desvendado, nos dias de hoje, parece-me praticamente impossível ir alem do ruído que se sentiu na época.
Mesmo assim, acho relevante deixar aqui algumas notas sobre esse assunto, dada a importância que aquela casa e suas gentes representaram para esta freguesia.
Depois de se reformar da carreira militar, que desempenhou no ultramar, o marechal Mello da Gama, já com avançada idade, mas com enorme robustez física e forte estatura moral veio viver para Ponte de Lima, tendo-se instalado na sua casa do arrabalde, que lhe foi deixada após a morte de seu irmão.
O Marechal, chegou a Ponte de Lima, vindo da Índia, onde exerceu o cargo de Governador de Diu, com ele vieram seu único filho, Tenente-coronel, que vinha preso por se ter envolvido numa revolta contra o governo de seu pai, um neto, duas netas e um criado preto, de seu nome Francisco Andrade, que se destacava nos bailaricos e tascas da vila, ao que parece morreu afogado no Rio Lima, já depois do desaparecimento do velho Marechal.
O recheio da casa era de tal modo valioso, que causava espanto a todos quantos lá entravam, estando as portas sempre abertas e a casa acolhia todos que a ela recorressem.
“ Os pacotes de libras esterlinas eram aos montes; os objectos preciosos carregavam um carro; as sedas e mais tecidos indianos faziam a fortuna de uma família; enfim, não havia pelas redondezas quem se avantajasse em fortuna ao Marechal Francisco Mello da Gama” (1)
Toda esta riqueza, granjeada nas Américas e por terras da Índia, faziam atiçar a cobiça e a inveja a qualquer alma, que desgraçadamente não tivera igual sorte.
O assalto foi cuidadosamente planeado e terá acontecido do seguinte modo:
Dias antes do assalto, os bandidos procuraram arregimentar a pretextos diversos, vários solípedes e outras tantas cavalgaduras, que muniram de alforges para poderem transportar o pecúlio.
Na noite anterior ao assalto, deflagrou um enorme incêndio, na rua de S.José, bem no centro de Ponte de Lima, onde toda a vizinhança acudiu.
Já na madrugada, do dia do assalto, os bandidos contaram com o apoio de uma criada da casa, que lhes franqueou as portas da capela, por onde entrou uma boa parte da Quadrilha, enquanto outro grupo, procurava atrair a atenção dos donos da casa e seus criados que galhardamente procuravam defender os bens, para as traseiras da casa que davam acesso para o quintal, os ladrões entraram no solar, com a cara tapada por capuz, só com a abertura para os olhos.
Surpreendido, e sem capacidade para resistir, o velho marechal rendeu-se, tendo os larápios feito uma verdadeira limpeza de todo o recheio da casa.
No meio de toda aquela confusão, um dos assaltantes deixou para trás um gorro de estudante de Coimbra.
A criada que estava de conluio fugiu no final do assalto, juntamente com a quadrilha, havendo notícias de que acabou os seus dias em perfeita miséria, para os lados de Braga.
Contava-se ainda, que um dos burros carregado com parte da prata existente na Casa da Garrida, por falta de tangedor e no meio daquela balbúrdia, regressou à corte de onde teria saído, numa das freguesias da redondeza, levando consigo tão importante e valiosa carga.
O dono, que o tinha emprestado sem saber o fim a que se destinava, ao ver tão importante pecúlio, bem o guardou e bastante satisfeito ficou, negando mais tarde, quando lhe foram pedir, ser possuidor dessa mercadoria.
Ao que tudo parece, ainda hoje essas pratas estão guardadas em segredo, numa casa de lavradores da região.
Toda a prataria da casa tinha a marca “ Garrida”, pelo que facilmente se saberia o seu paradeiro, logo que a mesma deixasse o fundo das arcas onde durante anos se manteve escondida.
Mais tarde alguns desses objectos roubados, foram vistos em vários locais por ocasião de cerimónias importantes.
Assim aconteceu, numa exposição, na igreja da Misericórdia de Viana por ocasião da Semana Santa, onde foram mostradas algumas peças de prata, com a referida chancela.
Por outra altura, já nos anos 50/60, um representante directo da família, foi convidado para tomar chã, numa casa abastada da vila, sendo o mesmo servido com colheres da marca “Garrida”.
Apesar do serviço ter sido distinto, o liquido sabia-lhe a fel.
As senhoras da casa, preocupadas com o requinte do serviço, não se aperceberam da tamanha gaff, que tinham cometido.
Quanto aos autores de tal assalto, para alem da criada, nunca se descobriu quem teriam sido, apesar de se apontarem vários nomes.
Segundo Rosa Araújo, um dos que mais sabia desse assalto e membros da quadrilha era o então padre de Refoios do Lima, Pe. José Maria de Araújo Calheiros, que em conversa lhe terá dito que o chefe dos assaltantes estava sepultado no adro da igreja paroquial, junto ao cipreste que lá existia.
Outro nome apontado como implicado nesse assalto era um tal “Alexandre”, comerciante na rua do Pinheiro.
Sobre este individuo, que usava sempre uma luva na mão direita, figura misteriosa e pouco dada a esclarecimentos sobre o uso contínuo dessa luva, suspeitando-se que teria sido ferido nesse assalto, por um tiro desferido pelo marechal ou um dos seus criados.
Mal correu a notícia da sua morte, uma descendente “dos da Garrida”, acompanhada por um amigo, movidos pela curiosidade, lá subiram a rua do pinheiro, para velar o defunto.
Logo que chegaram ao local, subiram as escadas e depararam com o tal “Alexandre” estendido no caixão de mãos cruzadas sobre o peito, de luvas calçadas.
Era velado apenas por uma pessoa e aproveitando a distracção da mesma, o amigo T. V. aproximou-se do defunto e ao pressionar as costas da mão pode verificar que a mesma tinha uma cavidade, sinal de que algo realmente se passava com aquela mão!
Muito se narrou sobre o acontecimento, muita tinta correu sobre o assunto, muitas confissões se devem ter feito perante o desespero da hora de finados, muitos segredos se guardaram e jamais se saberá quem foram os verdadeiros ladrões e seus cúmplices.
Quanto ao marechal Mello da Gama, retirou-se para a sua quinta em S.João da Ribeira, onde sofreu outras tentativas de assalto, que não foram consumadas e aí terminou os seus dias, cumprindo um penoso e difícil fim de vida, consumido pelo desgosto e pela cegueira que lhe haveria de limitar os movimentos, já no final da sua vida.
Valeu-lhe o seu criado preto que lhe foi leal e dedicado até ao último dia.
E assim se guarda ao longo de tanto tempo aquele que deve ser o maior segredo alguma vez guardado por estas terras.
Bibliografia:
Miguel de Lemos citado in Araújo, 1993:nº6
Almanaque de Ponte de Lima
Limiana, J.R.A. limici
Património Imaterial de Ponte de Lima, 196
Labels: casas da Ribeira, Personalidades da Ribeira, rIBEIRA - HISTÓRIA
4 Comments:
Caro Sr. Monteiro
O Marechal Francisco da Silva e Melo da Gama Araújo é uma personalidade cuja vida estou presentemente a estudar, a pesquisar e a reunir documentação.
Comecei este trabalho há muitos anos, mas só em Janeiro do presente ano é que o retomei de uma forma sistematizada, documentada e disciplinada.
Curiosamente, e penso que em consequência, foi depois de eu ter colocado elementos na Net, nomeadamente no “Geneall”, que constato com agrado que começam a surgir na Net, pela primeira vez, artigos sobre o Marechal, em particular, e sobre a família conhecida pelos “Melos” da Garrida.
Desde muito pequeno que a figura do Marechal me interessa, por fazer parte de história e dos mitos da minha família.
O Marechal Francisco da Silva e Melo da Gama Araújo é meu sexto avô, do qual sou descendente primogénito.
O seu nome de baptismo é o primeiro item que me intriga, e que espero esclarecer em próxima consulta ao arquivo distrital de Viana do Castelo. Para dar uma ideia apresento de seguida a variedade de nomes que já encontrei:
- Francisco da Silva e Melo da Gama Araújo, o mais comum e a que penso ser provavelmente a correcta;
- Francisco de Melo da Gama Araújo, em todos os registos militares e ultramarinos que consultei;
- Francisco de Melo da Gama Silva, em genealogias brasileiras, ligado ao seu casamento com Maria Maximiana Almeida Feijó e Silva;
- Francisco de Melo da Gama Araújo e Azevedo, em alguns nobiliários e árvores de costados. Penso que será por os irmãos se chamarem António José de Melo da Gama Araújo e Azevedo e Caetano de Melo da Gama Araújo e Azevedo, que os autores também lhe atribuem o apelido Azevedo.
Os saudosos Miguel Roque Reis Lemos e José Rosa de Araújo escreveram de facto muito sobre a figura do Marechal e sobre o famoso assalto à Casa dos da Garrida, denominada Casa de S. José segundo Miguel de Lemos.
Obviamente que o assalto ainda hoje é tema de conversa recorrente na minha família.
Do que sei, incluindo o que está publicado e o que se conta na família, o principal mistério, que nunca vi claramente publicado, centra-se no eventual envolvimento, cumplicidade ou somente aproveitamento de outras famílias fidalgas no assalto.
Na minha família alguns nomes de famílias nobres importantes da ribeira lima sempre foram apontados como estando ligados ao assalto. Obviamente que não serei eu a divulgar os nomes de sobre quem recai tamanho anátema. Nas entrelinhas do que foi escrito por Miguel de Lemos e Rosa Araújo é possível algo deduzir.
O primeiro assalto, que foi o único frutuoso, foi efectuado à Casa dos da Garrida em 11 de Outubro de 1847.
O segundo assalto, que não teve sucesso por o Marechal e os criados terem rechaçado os assaltantes, foi realizado na noite de 24 de Janeiro de 1855 à casa da Quinta da Garrida para onde se tinha retirado o Marechal após o primeiro assalto.
O terceiro assalto, na noite de 21 de Setembro de 1855, também foi na Quinta da Garrida e também desta vez o Marechal se defendeu com sucesso.
Em criança tive oportunidade de ver diversos dispositivos de defesa que o Marechal construiu na Casa da Quinta da Garrida para melhor se defender, nomeadamente aberturas nos cantos das janelas e furos na porta que separa a cozinha do resto da casa, possibilitando disparar as armas sem exposição e não permitindo ângulos mortos na aproximação à casa.
Foi a minha avó a pessoa referida no seu texto, mas identificada no texto de José Rosa Araújo, que comprovou o furo na mão do tal “Alexandre”.
O seu texto tem para mim especial interesse por me revelar informações inéditas respeitantes ao filho do Marechal: Tenente-coronel António de Melo da Gama Araújo e Azevedo.
A situação de estar sob prisão do pai é conhecida, o que desconhecia era o motivo, assim como desconhecia que tinha estado sob as ordens do pai em Diu.
De facto tenho poucos elementos sobre o Tenente-coronel António de Melo da Gama Araújo e Azevedo, e na memória da família também há grande desconhecimento.
Sabe-se que terá nascido no Brasil e casado em Montevideu com D. Maria Amélia Vidal, sobre a qual ainda não encontrei os costados. Teve dois filhos e duas filhas, que não sei onde nasceram. Só a filha Elisa Amélia Vidal de Melo da Gama deixou descendência. Casou com o primo Francisco de Melo da Gama e Vasconcelos, filho de Caetano de Melo da Gama Araújo e Azevedo, irmão do Marechal.
Presumo que as suas fontes, no referente ao filho do Marechal são os Almanaques de Ponte de Lima, únicas fontes por si citadas a que ainda não consegui ter acesso.
Muito lhe agradecia se me facultasse fotocópias do que nos Almanaques consta a respeito dos “Melos” da Garrida.
Com os meus Cumprimentos
Francisco de Melo Parente
Caro Sr. Francisco de Melo Parente
Permita-me agradecer-lhe o comentário que se dignou fazer. Essa foi uma das razões que me motivaram ao criar este modesto blog; Suscitar o debate sobre assuntos de interesse, relacionados com a Ribeira.
Por outro lado, prestar um modesto contributo para o esclarecimento e divulgação da cultura, hábitos e tradições desta terra, onde nasci e tenho o prazer de viver.
Quanto à publicação destes escritos sobre a Garrida e a família, da qual é um dos seus dignos representantes, tudo começou com o fascínio que a casa da “Garrida” sempre me despertou.
Desde criança como o senhor, que vou ouvindo contar estórias e peripécias ocorridas naquela casa, nomeadamente no período em que a mesma esteve ocupada pelo poeta António da Silva Gouveia Vieira Lisboa.
Com as diligencias que se tem estado a fazer para comemorar o centenário da morte deste poeta, surgiu a possibilidade de recolher alguma informação sobre a casa e as famílias que por ela passaram e da qual a vossa foi fundadora.
Por isso tenho procurado essas informações e na verdade o que o Sr. publicou tem-se revelado de importância capital, quer pela qualidade da informação, pela indicação de pistas de investigação, como a que agora sugere, relativa ao nome de baptismo do Marechal Mello da Gama, que também procurarei esclarecer.
No que diz respeito aos assaltos e nome das famílias suspeitas, com os escritos de Rosa Araújo, elas são perfeitamente identificáveis, concordando com o Sr. no que respeita a manter as mesmas no anonimato, uma vez que não valerá a pena expor os seus descendentes, a factos ocorridos no SEC.XX; Perdoe-me se estiver errado, ao emitir esta opinião.
Quanto ao pedido que me faz, caro Sr. terei todo o prazer em fornecer-lhe fotocópias dos documentos que me pede, bastando para isso que me indique uma morada para onde possa enviar os mesmos.
Quero ainda referir, que estarei empenhado em encontrar resposta para outras dúvidas que sei possuir, como a da designação da capela de NªSªda Lapa ou S. Francisco?
Ainda na Sexta-feira estive a conversar com vizinhos da Quinta da Garrida, no intuito de desvendar essa dúvida, não tendo até ao momento encontrado a resposta para esse outro mistério.
Com os meus cumprimentos,
Monteiro
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Vianense said...
Caro Sr. Monteiro
Muito lhe agradeço a sua resposta. Considero os seus blogs de muita qualidade, e deles sou visitante regular.
Seguindo um critério de rigor estou a confirmar e documentar todas as histórias que conheço, e desde já lhe revelo que de facto os três irmãos, Francisco de Silva e Melo da Gama Araújo, António José de Melo da Gama Araújo e Azevedo e Caetano de Melo da Gama Araújo e Azevedo, e respectivas descendências tiveram vidas muito interessantes, nomeadamente os factos que se cruzam com a, pequena, história de Ponte de Lima, e com as lutas liberais que dividiram famílias e dilaceraram Portugal
O meu trabalho está neste momento centrado em três pontos:
- A herança do António para o irmão Francisco, e deste para sua neta Elisa Amélia Vidal de Melo da Gama, e as circunstâncias em que a Casa da Garrida teve que ser vendida;
- Os filhos do Marechal: a vida de António de Melo da Gama Araújo e Azevedo, onde nasceu, onde nasceram os filhos, a família da mulher, percurso militar etc.
O que aconteceu a uma filha do Marechal nascida em Desterro, Sta Catarina, e que era até agora completamente desconhecida de toda a família;
- A família da mulher do Marechal, que terá passado pela Colónia de Sacramento, pelo Rio de Janeiro e pelo sul do Brasil. O sogro de Marechal casou 3 vezes e tem actualmente muitos descendentes, situados um pouco por todo o Brasil, com incidência no Sul.
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