ANTÓNIO VIEIRA LISBOA - o poeta que cantou a Mulher e o Lima
RAIO VERDE
A M.A.
I
O Teu olhar, a quem o sente ofusca…
E, crê, não só ofusca como cega.
!Coitado d’Esse que uma vez o busca!
Jamais, em Vida, dêle se desprega.
O teu olhar atrai… Atrai e fere.
E, a luz, que dêle jorra e nos deslumbra,
tanto o Amôr e a Graça nos confere
como p’ra sempre deixa na penumbra.
Atrai…como Perigo p’ro abismo.
E fere…até ao imo o Coração.
È Raio Verde…e pode ser Ocaso.
Triste, por isso, muitas vezes cismo
na sorte d’Esse (e minha?por que não?)
que- distraída-olhaste por acaso.
II
Teus olhos ferem como dois punhais de luz…
luz que nos atravessa o Coração.
O que sugerem de intima emoção
no Verso frouxo já se não traduz.
Dêsde que um dia os olhos nêles puz,
-puz, neste caso, é força de expressão,
o que houve foi magnética atracção
à qual (!nem que quizesse!...)não me opuz.
Desde êsse dia cujo aroma evoco…
desde aí, nunca mais tira-los pude,
num esquecimento bom que em Mal só troco.
E a vê-los ! como o Tempo a gente ilude!...
Assim m’iluminassem com seu foco
a estrada longa desta Vida rude.
VERSOS ESTRANHOS - ANTONIO VIEIRA LISBOA
Labels: poesia limiana
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